Conversas com uma aprendiz psicanalista
Dúvidas frequentes sobre a prática psicanalítica
Este livro quer dar indicações para o aprendiz sobre assuntos básicos, alguns práticos e outros mais profundos do dia-a-dia deste modo de ser e de estar no mundo que é ser psicanalista.
A psicanálise que eu pratico tem origem no pensamento da psicanalista, médica e bióloga Silvia Montefoschi (1926-2011). Tendo eu mudado para o Brasil após vinte e cinco anos em Milão (Itália), a psicanálise que até então me era conhecida encontrou-se criativa e dialeticamente com o contexto cultural, psicológico e espiritual brasileiro, dando origem àquela que chamo de “psicologia dialética transpessoal”.
As sugestões aqui apresentadas são em sua maioria oriundas tanto da forma como Montefoschi atuava, o que está registrado em sua volumosa bibliografia, como de minha experiência clínica de mais de trinta anos.
Desejo a todos uma boa leitura e uma boa prática!
Adriana Tanese Nogueira
Boca Raton, FL-USA, Outubro de 2019
SUMÁRIO
Capítulo 1. Meu começo
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Adriana, como você começou?
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Por que não, psicologia?
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Como foi seu primeiro caso?
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Então você não sabia que queria se tornar psicanalista?
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Você estava emocionada?
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Você já pensou em desistir?
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Como escreveu Rainer Maria Rilke em Cartas a um Jovem Poeta, se você parasse de ser psicanalista você morreria?
Capítulo 2. Por que tornar-se psicanalista
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Por que tornar-se psicanalista?
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É preciso ter vocação?
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Como descobrir a vocação?
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Qual é a diferença entre fazer psicanálise e fazer psicologia?
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Sendo psicanalista posso me dizer “terapeuta”?
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O que me diferencia de outros “terapeutas”?
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Como você vê a importância da psicanálise hoje em dia?
Capítulo 3. Caminhos e formação
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Qual o melhor caminho para se tornar psicanalista?
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O bacharel em psicologia é indispensável?
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Quais livros estudar?
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Quais campos do saber deveriam me ser familiares?
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Tem alguma experiência de vida que eu preciso ter?
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Se tivesse que enumerar pré-requisitos para se tornar psicanalista, quais seriam?
Capítulo 4. O perfil do psicanalista
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Que características devo ter?
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Que características são empecilhos?
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Como deveria ser o olhar do psicanalista?
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Como se despir dos próprios preconceitos para aprender a aprender?
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Podemos dizer que honestidade é uma característica importante?
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Há um limite pessoal que nos impede de atender um paciente?
Capítulo 5. Questões práticas
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Pacientes ou clientes?
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Terapia ou análise?
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Como deveria ser meu espaço? Alguma sugestão?
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Devo ter um divã?
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Até que ponto posso ser flexível com os horários?
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O que fazer quando um paciente não aparecer na sessão?
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Preciso ter uma ficha clínica?
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Devo tomar notas durante a sessão ou é melhor eu ficar completamente atento ao paciente?
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Como devo me vestir?
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Qual o número máximo de pacientes por dia?
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Devo atender a todos, qual o meu limite?
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É preferível que no começo o analista trate de pacientes da mesma idade e sexo?
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Como atender um casal?
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Como atender uma criança?
Capítulo 6. Limites entre a vida pessoal e profissional
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Posso falar da minha vida pessoal?
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Quanto do aspecto pessoal do analista pode ser exposto/revelado ao paciente?
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O que fazer quando perceber que o paciente está se apaixonando pelo analista?
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E se eu me apaixonar por um paciente?
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O que fazer quando vejo problemas de familiares e amigos que eu posso ajudar a resolver?
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Como ir às festas de família e não analisar ninguém?
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E como fica a relação de um psicanalista com um parceiro?
Capítulo 7. Dinheiro e sucesso
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Terei sucesso?
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O que é sucesso?
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Quanto cobrar?
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Devo ou posso dar descontos?
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Se der descontos desvalorizo o atendimento?
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Como fazer para ter mais pacientes?
Capítulo 8. Até que ponto eu consigo tratar uma pessoa?
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Todos podem fazer análise?
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Até que ponto eu consigo tratar uma pessoa?
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Quando encaminhar para tomar remédio?
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Quando eu preciso encaminhá-la para o psiquiatra?
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Como identifico uma pessoa que deveria ir ao psiquiatra ao invés de fazer psicanálise ou pode-se fazer as duas coisas?
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O que fazer quando você não enxerga uma solução?
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Tendo em vista o bem-estar do paciente, como devo agir quando perceber que a problemática do paciente está me atingindo pessoalmente?
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Devo encaminhá-lo para outro terapeuta ou buscar supervisão para continuar tratando do caso?
Capítulo 9. A alta
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Como faço para saber que chegou o momento de dar alta?
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O processo analítico tem um fim?
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Quais são os sinais da cura?
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Posso manter contato com o paciente depois da alta?
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Posso ser amigo de ex paciente?
Capítulo 10. Cuidando do próprio jardim
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O que é autodisciplina?
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Como lidar com ânsia de querer analisar até o porteiro do prédio?
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Como se proteger de influências excessivas?
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Tem como evitar projetar sobre o paciente as próprias questões pessoais?
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Como me manter objetivo?
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Como manter o meu equilíbrio emocional em meio a tantos problemas que encontro?